Oswaldo Goeldi | Almeida & Dale

Oswaldo Goeldi

Rio de Janeiro – Rio de Janeiro, 1895 Rio de Janeiro – Rio de Janeiro, 1961

Oswaldo Goeldi é conhecido como um dos principais gravuristas brasileiros e é um nome indispensável da primeira geração modernista. Sua produção tem sido objeto de um renovado interesse, graças à originalidade de seu vocabulário expressionista, que representa um contraponto ao modernismo hegemônico no Brasil. Ao longo dos mais de 40 anos de sua carreira, o artista produziu em meios como xilogravura, litogravura, desenho e ilustração, desenvolvendo uma relação fértil com o mercado editorial, ao ilustrar obras literárias de autores como Dostoievski e Raul Bopp, além de produzir para inúmeras revistas e jornais.

Os trabalhos de Oswaldo Goeldi se destacam pela amplitude de interesses e pela profundidade das questões apresentadas. O artista foi hábil em incorporar os signos da vida urbana, no campo da xilogravura, de modo a configurar uma linguagem singular. A cidade goeldiana é elaborada a partir de uma escala humana, em que se acentua menos a dimensão labiríntica das grandes metrópoles e mais a aparência dos lugares esquecidos, vielas e becos sem saída. Em seu repertório de “imagens-enigmas”, figuram símbolos recorrentes como o guarda-chuva, o chapéu, o lampião, o poste.

A atmosfera densa que deriva de suas paisagens resulta sobretudo da relação entre espaço e figura humana, que desestabiliza toda forma de harmonia, provocando assombro e insinuando enigmas. Goeldi representa personagens à margem, como pescadores, prostitutas, trabalhadores da cidade, entre outras figuras errantes. Para o poeta Carlos Drummond de Andrade, que dedicou um poema ao artista, publicado em livro de 1959, os personagens goeldianos são “criaturas condenadas ao mundo”.

Além disso, Goeldi foi um percursor das experiências cromáticas no campo da gravura. Obras do início de sua carreira, realizadas em 1932, já testam o uso expressivo da impressão em cores, em amarelo e vermelho. A cor é um elemento especial, através do qual atribui à obra um sentido novo, entre o fantástico e o simbólico, tal como o próprio artista define. Ele soube como poucos explorar as qualidades e particularidades da xilogravura.

A produção goeldiana é considerada pela fortuna crítica de uma modernidade exemplar, e profundamente reveladora das contradições decorrentes de seus deslocamentos entre Europa e Brasil. Goeldi nasce no Rio de Janeiro, mas passa a infância em Belém do Pará. Seu pai é Emilio Augusto Goeldi, renomado naturalista suíço. Em 1901, Oswaldo Goeldi retorna à Suíça com sua família, onde vive a adolescência e juventude. Seu período de formação começa em 1917, quando ingressa na École des Arts et Métiers de Genebra, e realiza sua primeira exposição em uma galeria em Berna. Ainda em 1917, tem contato com a obra de Alfred Kubin, que exerce grande influência sobre seu estilo. Durante anos, manteve correspondência com o artista austríaco, chegando a integrar seu grupo, Der Blaue Reiter, um dos mais representativos do expressionismo alemão.

Em 1919, Goeldi retorna definitivamente ao Brasil e passa atuar como ilustrador em diversas revistas. Dois anos depois, realiza sua primeira exposição no Liceu de Artes e Ofícios, evento que desperta a atenção de escritores como Manuel Bandeira e Raquel de Queiroz, além de comentários elogiosos de Di Cavalcanti. Na década de 1930, cria o álbum 10 Gravuras em Madeira. Nesses anos e na década seguinte, produz para o jornal A manhã e para a editora José Olympio, tornando-se conhecido pelo grande público como ilustrador.

O reconhecimento do pioneirismo de sua linguagem em gravura se consolida em 1950, ano em que expõe na 25ª Bienal de Veneza, e em 1951, quando recebe o grande prêmio de gravura da 1ª Bienal de São Paulo. Obras de Oswaldo Goeldi hoje integram o acervo das principais instituições brasileiras e de importantes coleções internacionais, entre elas: Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo; MAM São Paulo, MAC USP, São Paulo; MASP, São Paulo; MAM Rio de Janeiro; Museu Nacional de Belas Artes - MNBA, Rio de Janeiro; Fundação Edson Queiroz, Fortaleza; Landesmuseum, Linz, Áustria e Essex Collection of Art from Latin America - ESCALA, Colchester, Reino Unido, entre outras.

Sem título (2 homens na canoa e 1 fora), s.d.

xilogravura sobre papel
Edição: P.A.
21 x 26,5 cm

Sem título, 1947

xilogravura sobre papel
19,5 x 26,5 cm

O Ladrão, s.d.

xilogravura sobre papel
Edição: 241/400
22,5 x 17 cm

Cavaleiro, s.d.

xilogravura sobre papel
Edição: 6/12
27,5 x 19,8 cm

Sem título (Velha e mulher, sol vermelho), s.d.

xilogravura sobre papel
Edição: P.A.
16 x 15,2 cm

Sem título, s.d.

nanquim sobre papel
15 x 17,2 cm

Sem título, s.d.

nanquim sobre papel
18 x 18,2 cm
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